04/12/2008

Entre o Celo e a Tela

Entre o Celo e a Tela,
O céu e a terra se (como) movem...
Paira, translúcido, o olhar-de-ouvido
Dolorido e Colorido que
Agiganta a pequenez de quem,
Em letras, imprime impressões-de-Tez.

É no silêncio que silencia o sereno;
Desvendando em tom-de-cores,
O tom da música-inimaginável.
Insondável é Sondado o som.
Sua ausência assombra...
À espreita, que acorde ataca?

Ata-se, num gesto, o sono
Da angústia-de-poeta-profundo
Que penetra o ébrio instante da Criação.
Com mil braços cria a mão-frenética!
Asceta do ascetismo servil:
Assim se olvida a vida vil.

No Som-das-Cores, a Arte dança.
Tem Dó de Si, este poeta-Bemol
Que ao Sol se encanta...
Entre o Olho e a Obra,
No ouvido sobra a Sombra-invisível

Do Pincel-batuta que rege-em-Traços...

No tempero da Orquestra-Braços
Tem, pelo menos, mil Laços
O destempero insólito do Celo-Solo.
Ledo engano-de-poeta-Cego-Surdo...
Solo é o poeta-Solitário,
Que desenha no imaginário

O Tom-de-Acordes ao Som-de-Cores


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* Poema-ensaio inspirado e dedicado à tela do pintor Roberto Ploeg, "O Violoncelista" (Óleo sobre tela, 120 x 105).

Um comentário:

Luciana Cavalcanti disse...

O som de Luwí... Os traços de Ploeg. e o poema de André...

BESTIFICADA ESTOU!!!!!

Babando...