10/02/2009

O violinista da rua do Bar Central

Nem Jesus, nem Deus.

A alegria dos homens

É o Violinista da rua...


Que toca Bach
entre as mesas do bar.

Toca afetos
, entre os desafetos do bar;
Entre os olhares translúcidos
Dos ouvidos lúcidos do ar.


E, mesmo nos ouvidos pouco lúcidos,

Olvidados de qualquer afeto,

Soa, nesse ar, a transposição
do século.

Os séculos que foram olvidados
não sentiram
O mínimo

Do afeto

Do instante

Do vibrato

Intenso

Do Violinista
da rua do Bar Central.

4 comentários:

Dodô Fonseca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dodô Fonseca disse...

poxa, tocando Bach na noite recifense... das duas uma: ou eu encheria meu coração de graça e sentiria-me mais feliz; ou ficaria entristecido com a realidade profundamente. As vezes, a realidade é tão insossa que o brega e o maracatu são convenientes. Mas, Bach... esse é o Hermes da música, o mensageiro de Deus!

Visualizador disse...

É...conheço o violinista.
Lembro-me bem dele...foi numa noite nublada...num clima de melancolia, agonia...estavamos eu e eu-antes...

É...o músico...
breve momento de paz.

PORSAG

Luciana Cavalcanti disse...

Eu quereria ter escrito este poema quando encontrei este violinista... mas não pude escrevê-lo!
O som me embriagou mais que as cervejas (long-necks caríssimas do Central...). Esqueci tudo...
Esqueci, inclusive, a vontade de escrever um poema...
Que bom que você escreveu!