06/04/2009

Das dobras e das obras

Os tempos dobram
Como dobram as dobras da moça,
As dobras das ondas,
As dobras das obras,
E todas as dobras
Que dobram todas as coisas.


Os espaços dobram,
Como dobram as dobras dos quadrículos,
As dobras das sobras,
Que se dobram
E se redobram.

As obras dobram,
E dobram as possibilidades
De novas dobras,
Infinitas dobras,
Dobras sobre dobras
Que multiplicam as sobras
Que já inteiras
Nunca
Hão
De
Faltar às curvas.

Obra sobre obra, dobra sobre dobra:
O dobro do que sobra vezes o dobro do que falta:
Nada falta, nada sobra:
Dobra sobre dobra
Obra sobre obra.

______________________

* Desenho de Iara Sales.
** Acesse o Flickr de Iara Sales:
http://www.flickr.com/photos/iarasales

3 comentários:

Luciana Cavalcanti disse...

sinto (um pouco) ares de Deleuze (?!?)... Mas o poema, teu, clarissimameente teu, só ressalta que (mesmo sem saber dizer como) TiaLú é tua fã! :)

Saudades de tu, Magão!!!

Percebesses que o cérebro deu pane naquele domingo?!? heehehehe

André Raboni disse...

Percebi sim, Lú!
Ou foi por causa do jogo, ou das cervejas, ou das pizzas...
Acho q fico com a segunda opção!

hehehehe

André Raboni disse...

Ah, quanto ao Deleuze...

Sim, sim, area de Deleuze sempre povoam minhas letras... Até nas mais caretas! rsrsrsrs

Mas, acho que foi pq estou lendo sobre as mônadas de Leibniz, e tem um livro de Deleuze sobre ele ("Leibniz e o Barroco")...

Pedreira das boas!