30/09/2009

Samba do Crioulo Doido



Faleceu há 41 anos (30/09/68) o autor do Samba do Crioulo Doido, Sérgio Porto - ou, Stanislaw Ponte Preta.

Stanislaw (pseudônimo de Sérgio) escreveu o famoso Febeapa (Festival de Besteiras que Assola o País). No livro, são relatadas estórias memoráveis, como por exemplo, a seguinte:

Disse Stanislaw no Febeapa 2:

“É difícil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira começou a assolar o País. Pouco depois da “redentora”, cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem “otoridades”, sentindo a oportunidade de aparecer, já que a “redentora”, entre outras coisas, incentivou a política do dedurismo (corruptela de dedo-durismo, isto é, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o próximo enfim, como corrupto ou subversivo — alguns apontavam dois dedos duros, para ambas as coisas), iniciaram essa feia prática, advindo daí cada besteira que eu vou te contar”

(...)

“Os jornalistas deveriam apanhar da polícia não só durante a passeata, mas antes também. Eles são incapazes de reconhecer o valor da polícia. Os fotógrafos, por exemplo, nunca fotografam os estudantes batendo no policial”. Essa declaração foi feita pelo Secretário de Segurança de Minas Gerais, coronel Joaquim Gonçalves."

Do Feneapa 1, uma clássica:

“Foi então que estreou no Teatro Municipal de São Paulo a peça clássica “Electra”, tendo comparecido ao local alguns agentes do DOPS para prender Sófocles, autor da peça e acusado de subversão, mas já falecido em 406 a.C.”

Que os deuses salvem os homens cultos da nossa ditadura militar!

Se desejar conhecer um pouco da biografia de Sérgio Porto, clique aqui.

4 comentários:

Artur Ugiette disse...

auhauhaa... muito bom lembra do Stanislaw, um dos meus autores favoritos... uahaua
Artur Ugiette

Clóvis Campêlo disse...

Pior do que o samba do crioulo doido é o doido do samba criolo!

André Raboni disse...

Artur,

O Ponte Preta realmente é muito bom. Pena ser tão pouco conhecido.

Clóvis, que visita inesperada, heim, poeta?

Um abraço!

Dodô Fonseca disse...

Raboni, muito boa essa sua lembrança! Essa letra é uma das melhores do samba brasileiro e, como você disse, pouca gente deve conhecer. Abraço!