29/04/2008

Se não pode falar, cale-se

Hoje é aniversário de morte de Wittgenstein. Morreu em 1951.

"
Em outras palavras, vejo agora que estas expressões carentes de sentido não careciam de sentido por não ter ainda encontrado as expressões corretas, mas sua falta de sentido constituía sua própria essência. Isto porque a única coisa que eu pretendia com elas era, precisamente, ir além do mundo, o que é o mesmo que ir além da linguagem significativa. Toda minha tendência é correr contra os limites da linguagem. Esta corrida contra as paredes de nossa jaula é perfeita e absolutamente desesperançada."

Ou ainda:

Não é possível dizer ou buscar lógica sobre todas as coisas. Há coisas sobre as quais apenas se deve calar.”

Então, toma F. Pessoa:

Estalagem da Razão
"A meio caminho entre a fé e a crítica está a estalagem da razão. A razão é a fé no que se pode compreender sem fé; mas é uma fé ainda, porque compreender envolve pressupor que há qualquer coisa compreensível.”

Pra quem estiver disposto, dá uma lida nessa conferência, clicando no título abaixo:
* Conferência sobre Ética

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é. A falta de sentido das proposições na Ética, antes de lhes tirarem a importância, constitui sua própria essência. O mundo é apenas tudo o que é o caso. A existência, a vida, os valores, estão além do mundo wittgensteiniano, mundo este cercado pela jaula lingüística. Wittgenstein, ao pensar a Ética e discorrer sobre o que seja um valor absoluto, tende para além dos limites do mundo, ou seja, além da linguagem significativa. Nesse sentido, "É claro que a Ética não se deixa exprimir. A Ética é transcendental"

Abraços,